quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hoje conjugado no Futuro

Agora entao eu daria vida a algum pensamento perdido, ou defenderia algum ponto de vista, pensando e refletindo. Mas tudo isso exije tempo e concentraçao, e hoje eu quero brincar. Hoje estou aqui para experimentar palavras soltas, pra fechar os olhos e deixar vir o que minha imaginaçao decidir. Hoje estou para palavras curtas e fáceis. Hoje vou me jogar na grama e experimentar o toque gelado da terra na pele. Hoje vou sentir o calor esquentar o corpo, deixar a natureza dar beleza aos olhos. Hoje vou mesmo fechar os olhos. Olhar pra mim, me enxergar, tentar encontrar algum outro enigma na imensidao da alma. Hoje não vou pensar. Vou deixar a mente descansar e o corpo apenas vai sentir..
Amanha, amanha será outro dia. Hoje vou viver o que tenho. O que alcanço. O que vejo.
Hoje é o presente. Um presente no qual conjugo todos os verbos no futuro. Talvez seja essa a causa da ansiosa vontade de futuro. Mas hoje, só hoje, vou tentar pensar apenas no dia de hoje...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Libertação

Nao vivo sem cores.
Nao vivo sem música...
A vida não teria vida sem cor e sem música.
Seria um triste preto e branco silencioso, talvez menos. Preto e branco são cores. Não sei o que seria.
Mas o silêncio é a pausa da música, logo, sem cor e sem música nada teria sentido.
Não vivo sem flerte.
Não vivo sem sorrir.
Não vivo sem minha imaginação...
A imaginação revela o que realmente somos. Nossa imaginação nada mais é que nós pelo avesso, sem paradigmas, sem regras, sem formas. O que realmente somos. Quem faz do avesso lado de fora é taxado de louco. Pior que o esteriótipo é ser preso às instituições controladoras. Vai pro hospício. Preferia mesmo ser taxado mil vezes de louco, mais de mil se fosse! O receberia com indiferença. Mas não limite minha liberdade. Julgue, mas não me impeça. Sou as palavras que digo, os passos que dou, os lugares onde vou. Não me impeça.
Não me limite.
Não vivo sem espaço.
Não vivo sem fantasia.
Não vivo se não tiver vontade...
Farei de tudo quanto minha mente sãmente insana me permitir.
Não me permita. Eu me coordeno e me faço. E, de preferência, com muito tesão em fazer.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Partir


Partiu. Partiu e deixou para trás todo o seu passado de insegurança e incerteza. Partiu sem saber quando voltaria a ver aqueles olhos tristes, molhados pelas lágrimas sentidas da saudade. Sem saber quando voltaria a sentir aqueles braços finos passando por entre seu pescoço, em um abraço que, sem perceber, em si se despedia. Em segredo imaginava seu retorno. Em segredo aqueles olhos tristes imaginavam o que viria depois da correnteza, que águas calmas viriam a habitar sua mente depois de tanta tempestade...Seria melhor que não viessem. Temia a calmaria. Já quase se acostumara às incertezas e tormentas que a vida lhe havia reservado até então.
Já era tarde. Decidiu entrar, o brilho da noite já não lhe agradava como antes. Tinha tantas lembranças a brincar pela mente que decidiu entrar. Entrar e esquecer.
Viu as roupas no varal, o pó que corria pelo chão, e suspirou. As tarefas da casa pareciam agora intermináveis e inúteis. Sentiu-se inútil. A criança que chorava lhe despertou dos pensamentos e por um momento sentiu a esperança a pulsar no peito. Sentiu o peito apertar quando o choro tornou-se mais forte, e então teve a certeza da razão de estar ali.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Algum barulho que seja, por favor!

Ah, e se eu pudesse ouvir. Te ouvir. Nos ouvir. Não só a palpitação rápida dos corações inquietos, mas o silêncio mais profundo, capaz de separar dois corpos. Se eu pudesse ouvir o barulho que esse silêncio me provoca, seria capaz de distingui-lo entre os outros sons, logo acabar com ele. Esta ausência de palavras me desarma por inteiro, acaba com toda a esperança de defesa da minha parte. Volúvel e sensível, me aquieto. Melhor seria mesmo esperar até que algum som quebre este silêncio por inteiro, quebrando também o que me prende a esta aflição. Rompendo a barreira que separa dois corpos, duas vozes, dois silêncios.

Estar vivo, sentir-se vivo.

Viver, viver livremente, intensamente, sem nenhum medidor de loucura. Sem ninguém que diga ser normal. Às vezes receio a expansividade. Mas só faz bem. Não nasci pra ser caixa e guardar coisas lá dentro. Nasci pra ser janela aberta, e deixar entrar e sair quem bem entender, sempre de frente pro sol. Provei que o sorriso é o melhor remédio. A melhor terapia, a melhor saída, a mais sincera desculpa. Nasci pra gargalhar e deixar os dentes todos à mostra. Nasci pra sorrir e fechar bem os olhinhos quando o fizer.. E deixar marcas de expressão no rosto, sim! É a assinatura da felicidade. É a marca dela. Mas só aquelas marquinhas que provam que você sorriu, chorou, viveu. As da preocupação melhor nem pensar em ter. Nasci pra cantar e dançar. Mexer o corpo todo, soltar a voz nem que seja debaixo do chuveiro. Nasci pra usar bem os 5 sentidos... Ver, ouvir, tocar, cheirar, sentir. Nessa mistura louca de sensações que é a sensação de estar vivo. Todo ser vivo nasceu pra viver. Todo ser humano tem o direito de se sentir vivo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vontades


Sinto vontade de escrever. Uma vontade agitada, desgovernada, de palavras tímidas que insistem em parecerem ansiosas. Sinto vontade de gritar o mundo. Sinto vontade de abraçá-lo e soltar uma gargalhada bem grande, daquelas que o mundo inteiro mesmo pode ouvir. Sinto vontade de olhar para o universo, mas não de ver o seu fim. O final nunca tem graça. O que me alegra mesmo é o caminho. Seja ele extenso, curto, complexo, fácil, colorido. Pode ser até preto e branco, mas desde que não deixe de ser um caminho...
Sinto vontade de correr, mas correr tão rápido que não sinta mais o pé tocar o chão. Sinta só o vento no cabelo.. No cabelo, no corpo, no corpo inteiro! E, depois de correr, sentiria vontade de entrar no mar. Brincar com as ondas e me juntar a elas. Afundar o pé na areia até que a onda venha e o descubra novamente. Sinto vontade de chorar, daquele choro alegre que molha os dentes da boca mostrados em um sorriso. Daquele choro feito de lágrimas que se misturariam ao mar...Ah, mas aí eu soltaria outra gargalhada. E o mundo inteiro ouviria novamente, porque eu ainda estaria abraçada a ele. E, olhando pra cima, eu me veria mais perto das estrelas, e até colheria uma delas e me desculparia pelas minhas gargalhadas. Barulhentas, grandes e demoradas...
Sinto vontade mesmo é de viver. Viver e gritar pra esse mundo que eu sei o que é felicidade!