domingo, 23 de outubro de 2011

rima de fé

É um jardim inteiro que me chama pra sambar
A minha vista cobre toda, vejo só campo de flor
Ai, jardim inteiro, tu sabe bem que eu sei dançar
Sei dançar e sei te dar
amor

sábado, 1 de outubro de 2011

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme

Gosto mesmo de todos os dias
Todas as horas
Ver o dia mudar de cor
Ver o céu azul na mente
Ver arrepiar o sol

Gosto de sentir
E não me nego, me permito
Ao prazeroso sofrer
À espera demorada de quem sabe que não importa quem ou quando

Um dia virá
pra ficar...

terça-feira, 26 de julho de 2011

"Desembrulhar-me e ser eu..."

Sufoquei num mar de euforia
Acabo de me afogar buscando em vão, a saída...
Tão mais fácil seria viver. Só e simplesmente.

"Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa."
Alberto Caeiro

domingo, 15 de maio de 2011

Lost in thougt

Às vezes queria encontrar um pouquinho da paz que vejo na natureza e que eu tento, em vão, buscar dentro de mim. Aquele silêncio de quem nao teme nada, nao deve nada a ninguem, tampouco se preocupa com o que é e o que há de vir... aquela serenidade estranha, até duvidosa, de quem parece ser feito de paz e preenchido de calma. De quem parece ter nascido da luz..
Busco a calma no fundinho da alma mas parece que só encontro inquietaçao, e dá aquela vontade de jogar tudo pro alto. Nao desisto porque sei que a paz mais paz que eu poderia encontrar é a de quem seguiu em frente, sem desistir do caminho, sem usar capa invisível ou venda nos olhos. Mais paz eu poderia encontrar fazendo de tudo pra que essas nao ficassem apenas lá no fundinho da alma(e encontrassem tantas outras almas inquietas que, assim como eu, já quiseram desistir).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

mais Hermanos

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.

composição Rodrigo Amarante

domingo, 10 de abril de 2011

Num corpo só

Ah, mas a gente se envolve feito escada em caracol
E se apega feito cola
E se enrosca feito nó

Mas a gente se divide
E se comparte e se espreme
Cabe até o que não coube, se disser que é pra valer

Mas a gente se devora, feito leão faminto
Com cara de amor...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Desejo de aconchego

Mas se talvez o céu me permitisse juntar-me a ele de vez em quando....
Se talvez a nuvem branca concordasse de fazer dela meu aconchego
De passar o dia a receber o sol
E à noite trilhar no céu junto das estrelas.

Se o céu me permitisse talvez eu fosse mais feliz
Se pudesse pedia o seu sorriso de consentimento
Subir ao céu e encontrar no vazio o completo que preenche.

Se, e somente se, o céu estivesse mais perto
O sorriso seria maior

por mim.

terça-feira, 8 de março de 2011

Da incoerência de nossas ações

"Não somente o vento dos acontecimentos me agita conforme o rumo de onde vem, como eu mesmo me agito e perturbo em consequência da instabilidade da posição em que esteja. Quem se examina de perto raramente se vê duas vezes no mesmo estado. Dou à minha alma ora um aspecto ora outro, segundo o lado para o qual me volto. Se falo de mim de diversas maneiras é porque me olho de diferentes modos. Todas as contradições em mim se deparam, no fundo como na forma. Envergonhado, insolente, casto, libidinoso, tagarela, taciturno, trabalhador, requintado, engenhoso, tolo, aborrecido, complacente, mentiroso, sincero, sábio, ignorante, liberal e avarento, e pródigo, assim me vejo de acordo com cada mudança que se opera em mim. E quem quer que se estude atentamente reconhecerá igualmente em si, e até em seu julgamento, essa mesma volubilidade, essa mesma discordância. Não posso aplicar a mim mesmo um juízo completo, simples, sólido, sem confusão nem mistura, nem o exprimir com uma só palavra. "Distinguo" é o termo mais encontradiço em meu raciocínio."

Trecho retirado do livro "Montaigne" - Coleção Os Pensadores

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Lamento!

Não mais caminho como um pássaro livre. As asas têm vôo baixo, tal qual passarinho de cativeiro que quando solto não consegue voar. E quem dirá que caminho! Talvez agora, e suplico para que não passe do agora, eu nada mais consiga senão desabafar emoções em palavras, traduzi-las em busca de compreensão. Sempre que me sufoco a chuva cai, por mais singular que seja comparar a alma ao céu. E hoje caiu braba, matou gente, destruiu casa, isolou o povo por horas e horas. Isolada no silêncio, só conseguia pensar em tudo que acontecia. Em cada turbilhão de sentimento e chuva, destruição e chuva, tristeza e água. E aí me pergunto que faço a pensar tanto! Talvez seja a ausência de tragédias exteriores, ou o excesso das interiores, nada mais faço senão pensar. E, quando desisto da idéia, já estou a pensar em outra... O nó no meio do sossego suplica por se desfazer, e lamento por não conseguir que as palavras saiam sem o rabisco das emoções.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Rosa murcha

Tem dias que a gente quer se esconder do mundo
Ficar debaixo da coberta e nunca mais sair
Se perder na água até que o corpo se dissolva, até que as idéias se esvaiam
E se esqueçam de existir

Tem dias que é melhor esquecer o mundo
Sufocar o travesseiro pra ver se existe algum outro
Que não tao duro, que não tao triste..

Tem dias que são tantos dias
E o que eu não daria para que fossem raros
Os dias em que a vontade é de não ser dia
Não ser noite
Não ser nada

por mim.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O vento

Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... aah!

Los Hermanos - Composição Rodrigo Amarante

domingo, 23 de janeiro de 2011

Essa água que vem do céu



Chuva lava o céu e castiga a terra
Lava o chão e destrói a casa

Chuva finge que ri, mas chora
Chora tanto que já chorou pro mundo inteiro
Essa dor que ninguém consegue entender
Essa dor que todo mundo já sentiu
Dor que a chuva fez crescer

domingo, 16 de janeiro de 2011

Definições

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar.

(Adriana Falcão)