domingo, 17 de novembro de 2013

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir". (Fernando Pessoa)


Sentir. Como é pesado às vezes permitir-se tanto!
Fechada me anulo. Não sou eu. Permitir-se é belo, é intenso, é único. E sofrido.
Aquilo que sinto por vezes não me sai em palavras. Se é que se permite sair...!

Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
Reduzo a palavras. Encontro-as no dicionário e feito! Reduzidas a um vocábulo.
Traduzíveis tornam-se menores.

Aquilo que é imenso, grande, indizível
É indizível. Dói mais. Sente-se mais!
E a busca em decifrá-lo?
É o que torna talvez o processo mais intenso, árduo, eterno..

Abro-me e assim me encontro
Ou encontro um caminho, pro indizível que habita o mais indescritível dos espaços!
Um viva à sagacidade da mente,
Ou à intensidade da alma que, sagrada,
busca encontrar-se novamente
no caminho da eternidade.