quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma poesia que voa sem compromisso, palavras de carinho ditas sem precisar de motivo. Flores vibrando suas cores, as cores do mundo se fazendo notar. Um corpo dançando livre sem ritmo, sem motivo, sem compromisso. Talvez seja uma borboleta que cansou de voar e quis pousar na barriga. Quis voar de tão longe, e ainda me acompanha por aqui.. tão longe. É impossível sem perder a razão. Você deixou saudade.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Triste cinzento

As cores me aparecem como um labirinto, não há saída, não há caminho. Me perco entre luzes de faróis intensos e por um instante não sei para onde olhar. Os faróis piscam, parecem estar cada vez mais fortes... Se intensificam na medida do bater do meu coração. Rápido, confuso, torto. Forte. Já não posso me mover. Fecho os olhos buscando na escuridão que me toma uma luz que seja para encontrar o caminho. Busco a saída, onde estará? Nos momentos mais difíceis a esperança é posta de lado. Priorizo o medo e me encontro perdida entre emoções fortes e violentas. Onde estará aquela velha fé, companheira de caminhada, que quando precisei jurou nunca me abandonar? Eu a coloquei de lado. Juntei-a à esperança perdida e larguei-as como um peso que tiro das costas. E agora não me sinto leve. Não tenho fé. Não tenho esperança. Tenho a tristeza. A tristeza pesa. É o fardo mais pesado que se consegue carregar. Não consigo. Caio. E por lá fico se não voltar e buscar a velha fé, a boa e companheira esperança, velhas mãos que se estendem quando não há mais ninguém que assim possa fazer.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vendas à venda

Ela passou e parou. Viu que alguma coisa ali não estava certa. Ao ver o mundo de cima, percebeu que o homem precisava era de liberdade. Precisava de verdade. Ela caminhou por entre países inteiros, visitou lugares que desconhecia. E ao retornar, teve certeza. A humanidade a qual visitava vivia de venda nos olhos. Os caminhos que percorriam estavam todos já determinados pelos homens sem venda. Pelos que enxergavam. Crianças, homens, mulheres... ao nascerem lhes era vetado o poder de ver. Ela então teve uma idéia. Sozinha não era capaz de consertar aquele mundo que julgava errado, sozinha não. Ela precisava do apoio dos que não viam, mas como, se estes mal conseguiam ver a si mesmos? Decidiu. Se pelo menos um tivesse a oportunidade de clarear seu caminho, o primeiro passo já estaria dado. A mudança já teria começado, e, mesmo que demorasse, ela um dia veria todos os homens daquela humanidade a andarem sem venda, livres, e de cabeça erguida.
Como de costume, busco nas palavras o alento para emoções desgovernadas, sensações incompreendidas, pensamentos borbulhando de vontade de existir não só apenas dentro da cabeça. Quero o mundo, quero a liberdade, quero a vida. Quero poder olhar em volta com o pensamento livre e o coração pulsando forte no ritmo da verdade. Com os pés no chão vou sentir o pulsar do mundo, o mesmo pulsar que me toma quando estou livre, de vento no cabelo e felicidade no olhar.