quarta-feira, 25 de junho de 2014

Busca dialética. Busca?

A madrugada, a noite serena e alta, sempre foram meus lugares de refúgio. E nesse lugar de refúgio, sempre acabo que me encontro nas palavras.. ou são elas que me encontram, depois de um dia apertado!

Escritos de anos atrás me lembraram o quão fluido e à vontade estas tais saíam neste cair de noite. É como apagar a luz e sentir-se protegido sem enxergar. É como encontrar-se com você mesma em um lugar que só você poderia encontrar, e entender... e fazer-se explicar!

Não sei a quem digo, porquê digo, mas o faço. E algum sentido deve ter esta combinação confusa e ao mesmo tempo óbvia de signos... decifrando o sentido pelo corpo, comunicando o inexpressável.

Talvez seja isto o que me mova. O desafio de dizer o indizível, a lógica de fazer-se sentido. Sentido. E o que foi sentido já foi. Não sei direito o que é sentir o agora. Sinto. Vivo. E penso sobre isso depois que já o fiz.. buscando (outra vez) o sentido que me moveu. Pensar. Talvez seja o que estrague mesmo tudo o que sentimos.

Pensar será mesmo então estar doente dos olhos?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre crianças e sentimentos

Quero a sensação de me escutar inteira mesmo de olhos abertos...

Quando estou com as crianças, sinto isso com elas. Aprendo a ouvir-me com todo o coração, a segui-lo, a escutá-lo...

As crianças pouco sabem sobre a razão. Não racionalizam os sentimentos. Sentem-no. Vivem-no! E são as que mais facilmente nos explicam o que é o amor... o que é viver.. porque vivem, simplesmente.

“Amar é a mais pura inocência. E a mais pura inocência é não pensar.” (Alberto Caeiro)

Caeiro tenta despir-se de tudo que aprendeu... desembrulhar-se da razão que lhe fora ensinada e ser ele! Desencaixotar-se...

As crianças sabem onde querem chegar... porque só querem viver, e viver é agora. Não é depois. Sorrir é agora. E logo depois chorar e em seguida sorrir novamente. Porque a expectativa é a do agora.

Acho lindo observá-las brincando. Na fantasia, o sorriso é real... As lágrimas, quando de mentirinha, também são lembradas como parte da vida. E quando aparecem de verdade, são sentidas. São vividas. E logo passam... E logo as mãos se dão novamente, logo a fantasia retorna, logo a realidade é novamente imitada e reinventada.

Desencaixotar-se. Viver a mais pura inocência...