quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre crianças e sentimentos

Quero a sensação de me escutar inteira mesmo de olhos abertos...

Quando estou com as crianças, sinto isso com elas. Aprendo a ouvir-me com todo o coração, a segui-lo, a escutá-lo...

As crianças pouco sabem sobre a razão. Não racionalizam os sentimentos. Sentem-no. Vivem-no! E são as que mais facilmente nos explicam o que é o amor... o que é viver.. porque vivem, simplesmente.

“Amar é a mais pura inocência. E a mais pura inocência é não pensar.” (Alberto Caeiro)

Caeiro tenta despir-se de tudo que aprendeu... desembrulhar-se da razão que lhe fora ensinada e ser ele! Desencaixotar-se...

As crianças sabem onde querem chegar... porque só querem viver, e viver é agora. Não é depois. Sorrir é agora. E logo depois chorar e em seguida sorrir novamente. Porque a expectativa é a do agora.

Acho lindo observá-las brincando. Na fantasia, o sorriso é real... As lágrimas, quando de mentirinha, também são lembradas como parte da vida. E quando aparecem de verdade, são sentidas. São vividas. E logo passam... E logo as mãos se dão novamente, logo a fantasia retorna, logo a realidade é novamente imitada e reinventada.

Desencaixotar-se. Viver a mais pura inocência...

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