domingo, 27 de fevereiro de 2011

Lamento!

Não mais caminho como um pássaro livre. As asas têm vôo baixo, tal qual passarinho de cativeiro que quando solto não consegue voar. E quem dirá que caminho! Talvez agora, e suplico para que não passe do agora, eu nada mais consiga senão desabafar emoções em palavras, traduzi-las em busca de compreensão. Sempre que me sufoco a chuva cai, por mais singular que seja comparar a alma ao céu. E hoje caiu braba, matou gente, destruiu casa, isolou o povo por horas e horas. Isolada no silêncio, só conseguia pensar em tudo que acontecia. Em cada turbilhão de sentimento e chuva, destruição e chuva, tristeza e água. E aí me pergunto que faço a pensar tanto! Talvez seja a ausência de tragédias exteriores, ou o excesso das interiores, nada mais faço senão pensar. E, quando desisto da idéia, já estou a pensar em outra... O nó no meio do sossego suplica por se desfazer, e lamento por não conseguir que as palavras saiam sem o rabisco das emoções.

Nenhum comentário: