sexta-feira, 18 de junho de 2010
Vendas à venda
Ela passou e parou. Viu que alguma coisa ali não estava certa. Ao ver o mundo de cima, percebeu que o homem precisava era de liberdade. Precisava de verdade. Ela caminhou por entre países inteiros, visitou lugares que desconhecia. E ao retornar, teve certeza. A humanidade a qual visitava vivia de venda nos olhos. Os caminhos que percorriam estavam todos já determinados pelos homens sem venda. Pelos que enxergavam. Crianças, homens, mulheres... ao nascerem lhes era vetado o poder de ver. Ela então teve uma idéia. Sozinha não era capaz de consertar aquele mundo que julgava errado, sozinha não. Ela precisava do apoio dos que não viam, mas como, se estes mal conseguiam ver a si mesmos? Decidiu. Se pelo menos um tivesse a oportunidade de clarear seu caminho, o primeiro passo já estaria dado. A mudança já teria começado, e, mesmo que demorasse, ela um dia veria todos os homens daquela humanidade a andarem sem venda, livres, e de cabeça erguida.
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